Guiné-Bissau: Chefe das Forças Armadas paga transporte de crianças retidas na Costa do Marfim
Guiné-Bissau: Chefe das Forças Armadas paga transporte de crianças retidas na Costa do Marfim
Bissau, 05 set (Lusa) - O Chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai, financiou o regresso ao país de 37 crianças que estavam retidas na Costa do Marfim, disse à Lusa o pai de uma das crianças.
As crianças, que devem chegar a Bissau na quinta-feira, foram jogar futebol mas não conseguiram regressar por falta de dinheiro para as passagens.
Segundo Roberto Metcha, representante dos pais cujos filhos estão retidos em Abidjan há um mês, o general António Indjai, informado da situação, "pagou do próprio bolso" quatro milhões de francos CFA (6.106 euros) e ainda disponibilizou um autocarro militar para levar as crianças a casa.
Os miúdos, com idades compreendidas entre os 10 e 15 anos, foram levados à Costa do Marfim a 04 de agosto para um torneio de futebol, mas acabaram retidos num hotel de Abidjan sem poderem regressar já que a pessoa que os levou disse não ter mais dinheiro.
"Quando foi informado do sucedido com as nossas crianças, o general António Indjai prontificou-se de imediato, tendo enviado do seu próprio bolso quatro milhões de francos CFA para uma pessoa conhecida dele em Abidjan que se encarregou de arranjar meios para trazer as nossas crianças a casa", disse Roberto Metcha.
As crianças já saíram de Abidjan estando hoje em viagem em direção ao Senegal, de onde vão ser transportadas num autocarro militar para a Guiné-Bissau.
O chefe das Forças Armadas guineenses criticou, contudo, o facto de as crianças terem deixado o país "sem que alguém tivesse feito algo" no sentido de acautelar esta situação, contou ainda Roberto Metcha.
Logo que cheguem as crianças, os familiares pretendem realizar uma cerimónia de agradecimento público a António Indjai pelo gesto.
Indjai reivindicou a autoria do golpe de Estado do passado dia 12 de abril na Guiné-Bissau e que afastou do poder o Governo liderado por Carlos Gomes Júnior e o presidente interino, Raimundo Pereira.
MB.
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