quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

G.BISSAU

"JÁ NÃO SÃO PRECISOS RAMOS NENHUNS.A HORTA JÁ ESTÁ A DAR FRUTAS."


 "PAIGC, maior partido da Guiné-Bissau, assinou Pacto de Transição"

      INVENTOR DE AK-47

Cquote1.svgPara que um soldado ame a sua arma, ele deve compreendê-la e saber que ela não o trairá.
Quando vejo na televisão Bin Laden com seu AK-47, fico revoltado. Mas o que posso fazer? Os terroristas não são tolos: também escolhem as armas mais confiáveis.
Eu gostaria de ter inventado um aparador de grama. (Referindo-se à sua invenção numa declaração ao The Guardian, em2002).
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— Mikhail Kalashnikov

G.BISSAU


XUTOS E PONTAPES NA ASSEMBLEIA DA REPUBLICA.


" O Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, avisou hoje que só promulgará leis que sejam resultado de consenso partidário e defendeu que, neste momento, "não há um partido sozinho que possa governar" o país.
Um longo discurso num dia "muito importante" e que marcou o final da cerimónia de assinatura do Pacto de Transição por parte do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e de mais quatro outros partidos.
O Pacto fora assinado por vários partidos na sequência do golpe de Estado de 12 de abril mas o PAIGC, o maior partido e que estava no poder até essa altura, sempre se recusara a assinar o documento, mantendo-se à margem do período de transição.
Serifo Nhamadjo, perante uma Assembleia Nacional cheia de altas figuras do Estado, de todo o governo de transição e de todas as chefias militares, fez um discurso de regozijo pela adesão do PAIGC (que é também o partido ao qual pertence) mas também de apelos à união e de avisos.
"Estou feliz por ver que a segunda etapa (do período de transição) está a ser consolidada. Mas que haja sinceridade nos trabalhos. Quem entrou antes não pense que é dono do processo e quem entrou hoje não pense que é mais importante. Todos são importantes", afirmou.
Serifo Nhamadjo começou por elogiar Kumba Ialá, antigo presidente do Partido da Renovação Social (PRS), segundo maior partido, e que abandonou a corrida à liderança no último congresso (hoje com presença discreta na Assembleia).
Depois disse contar com todos para fazerem do processo de transição "um ponto final nos diferentes conflitos que têm assolado o país".
Perante as principais autoridades do país em todas as áreas falou a seguir da "vergonha" que é a Guiné-Bissau estar em conflitos cíclicos, sem conseguir terminar nunca uma legislatura ou um mandato presidencial e o país estar na imprensa internacional "pelos motivos mais vergonhosos".
"Porquê tantos assassinatos, tantas maldades, tantas intrigas? O espírito de egoísmo, de intriga, tem sido de facto o que nos tem estado a destruir. Hoje a política é de fragmentar para poder dividir e reinar", disse, acrescentando: entre os partidos "a inimizade é feroz", dentro deles há "guerras intestinas" e na sociedade civil, dos artistas aos empresários "há contradições".
Serifo Nhamadjo considerou ainda que o país vai iniciar uma nova fase mas avisou que "a inclusão não significa trazer alguém e tirar outro" e que "não há maiorias nem minorias, tem de haver é debate de ideias".
Depois criticou ainda o tribalismo, "um fenómeno que é um escudo para os medíocres ", avisou que quem defende o tribalismo para ganhar votos deve ser levado à justiça, e perguntou como é que a Guiné-Bissau chegou ao ponto de uns terem tudo e outros viverem na miséria, de os antigos combatentes viverem "a mendigar", de as forças armadas nem água potável terem, de os guardas de fronteira nem uma bicicleta terem, de a marinha não ter um barco capaz e de a força aérea não ter um avião.
"De Buba a Catió (cidades do sul do país), quase 40 anos de independência, não há um pingo de alcatrão. Estamos aqui em Bissau pensando que a Guiné-Bissau é só Bissau. Desafio os políticos a inverter a tendência, para que o desenvolvimento seja do campo para a cidade", afirmou, deixando outro aviso: "não há ninguém entre nós que ganhe" com intrigas e confusões, porque "o que for carrasco hoje será certamente vítima amanhã".
Além de Serifo Nhamadjo, o primeiro vice-presidente da Assembleia, Augusto Olivais, falou também no final da cerimónia, quando prometeu que Assembleia irá "tudo fazer para gerir as diferenças" entre partidos e apelou aos países que apoiavam a Guiné-Bissau e que retiraram a ajuda a "retomar a contribuição".
Lusa/fim

G.BISSAU


UNS DIZEM QUE CABRAL FALHOU NO SEU PROJECTO,OUTROS DIZEM QUE FOI O PAÍS É QUE FALHOU.




" Os sonhos de Amílcar Cabral de uma Guiné-Bissau independente, democrática e desenvolvida estão por cumprir, 40 anos após a morte do herói do país, de acordo com analistas. Para uns o país falhou, para outros foi Amílcar quem falhou.
Amílcar Lopes Cabral, que nasceu na Guiné-Bissau e passou parte da sua vida em Cabo Verde, foi o fundador do movimento de luta pela independência das então duas colónias portuguesas e morreu a 20 de janeiro de 1973, na Guiné-Conacri, prevalecendo a tese de que terão sido os próprios companheiros de luta os autores.
Quarenta anos depois, a Lusa perguntou a três dos mais conhecidos analistas políticos da Guiné-Bissau quais os sonhos do principal herói do país que estavam por cumprir.
? "Este país não tem nada a ver com aquilo que Amílcar Cabral sonhou. Há uma coisa importante que ele sonhou e está feito: preparou tudo até à véspera da consumação das independências e foi assassinado. Este é um mérito histórico, indiscutível e eterno. Daí para a frente falhámos tudo", diz Fernando Delfim da Silva.
Outro analista, Rui Landim, está de acordo. O grande sonho de Cabral, aquilo pelo que lutou, existe hoje: um espaço político e demográfico chamado República da Guiné-Bissau, independente e onde os próprios guineenses dirigem o seu destino. Os outros sonhos não.
Mas Fafali Koudawo nem com isso concorda. "Só se concretizou o içar da bandeira. É difícil dizer que se concretizou a independência. Se atentarmos à definição que Amílcar Cabral deu de independência a Guiné-Bissau está longe de ter uma independência".
O analista explica que Amílcar Cabral tinha como definição de independência o facto de o homem africano ter a liberdade de escolher o seu próprio destino, de andar pelos seus pés no caminho que escolheu. "Será que a Guiné-Bissau está a andar pelos seus pés num caminho escolhido? Duvido!".
Independência à parte, diz Delfim da Silva que nestes 40 anos o país falhou o desenvolvimento económico e político. "Politicamente fracassámos, com instabilidade crónica e permanente, e falhámos no plano económico, porque a pobreza aumentou em vez de reduzir", diz, para concluir: "este não pode ser o país de Amílcar Cabral".
Amílcar Cabral dizia em 1969 que a independência queria dizer melhores condições de vida, mais quadros e escolas, com instituições que respeitassem os cidadãos. "Ele dizia que quem não entende isto não entende nada. Este aspeto hoje está longe de se realizar", afirma Rui Landim, acrescentando: "falhámos no que ele mais insistia, nos recursos humanos, no homem novo".
Rui Landim diz que é preciso para a Guiné-Bissau "descobrir o homem novo que Amílcar Cabral sonhou" e que não surgiu depois de 20 de janeiro de 1973. "Como não se conseguiu substituir o Estado colonial por um Estado democrático no qual os governados fossem os detentores da soberania".
"Pelo que conhecemos de Amílcar Cabral, se fosse vivo diria: eu falhei!", diz.
Palavras idênticas para Fafali: "o maior vazio que deixou o desaparecimento de Amílcar Cabral foi o da liderança. Não se encontrou uma liderança à altura do desafio da construção do Estado da Guiné-Bissau", e nos últimos 40 anos o país teve dirigentes e depois chefes, mas nunca um líder.
Por isso, conclui o analista, a Guiné-Bissau, como um barco, evoluiu pelo impulso que já tinha mas andou cada vez mais devagar. "Neste momento o barco parou, mas ainda bem, porque não há melhor momento para constatar que estamos parados do que quando já não há movimento", diz.
O país vive hoje um "momento crítico", em que toda a gente quer de novo aglutinar-se em torno de um sonho. Pelo que pensa Fafali Koudawo estará por isso melhor quando se assinalarem os 50 anos da morte de Amílcar Cabral.
Será possível sim, diz Delfim da Silva, mas desde que os guineenses "tenham juízo". "Não temos juízo, fazemos as coisas sem pensar e saem torto", lamenta, acrescentando que é preciso recomeçar e que, se houver juízo, em 10 anos podem ser cumprido os sonhos de Amílcar.
"Posso não acreditar nas pessoas mas acredito na Guiné-Bissau", responde Rui Landim, acrescentando que é possível encontrar um líder e fazer o país que Amílcar sonhou, um país de quadros, de consenso e um centro de produção de conhecimentos.
Diz Fafali que é essencial que o país volte a sonhar. E que assim, quando se fizer o balanço do meio século da morte de Amílcar Cabral, talvez o barco tenha recomeçado a andar".
 Fernando Peixeiro-LUSA


G.BISSAU

"PARTIDOS POLÍTICOS DA GUINÉ-BISSAU  EVITAM SEMPRE DE PRONUNCIAR A  PALAVRA DEMOCRACIA.ELES PREFEREM USAR A PALAVRA UNIDADE.É MUITO ESTRANHO."TPanaque