sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

SEM MAIS SEM MENOS.TPanaque

MEU NOME É CIDADÃO


Minha querida Guiné,
Escrevi-te mais esta carta, porque ainda te amo.
Porém, a dor ainda continua a afligir-me este ano.
Sei que no Natal, (ainda bem) recebeste muitas prendas.
Também sei que não tiveste direito ao fogo-de-artifício no teu réveillon,
nem tão pouco a paz e felicidade no teu coração.
Pois, estes bens só chegarão por encomenda.

Dizem os poetas e jornalistas destemidos
que nas ruas tristes das tuas cidades,
ainda se ouve teus gemidos
e gritos afónicos de liberdade.
Dizem eles, que, continua a acontecer espancamentos,
assaltos aos cofres públicos e atentados à tua pobreza...
Vizinhos usurpam a tua riqueza
sem que a CEDE(R)AO agite uma palha.
Pois, esta comunidade, só tem um nome: - Canalha!

Estamos encurralados num beco sem saída.
Confesso que, toda a esperança que eu tinha, está adormecida.
A única coisa a se fazer é esperar e acreditar...
Esperar que a impotência passe e nos permita caminhar.
Não adianta pensar em estratégias e manobras!
Temos que pôr mãos à obra!
É preciso entender que, tudo tem sua hora,
mas torna-se pesado, quando se demora.
Não temos tempo a perder!
Pois, nosso povo está a sofrer...
Levou um golpe contra a sua soberania,
contra seus interesses e sabedoria.
O golpe foi tão profundo
que deixou perplexo todo mundo.
Deixou cicatrizes, mágoas,
dor e sangue nas tuas águas.

Querida,
A paz não é uma ilusão! É algo que existe,
do qual não se desiste
O diálogo é a melhor maneira de resolver esta questão...
O “portão” já está “aberto”, para se encontrar uma solução
para a actual e demorada crise política
que assola esta terra frágil e raquítica.
Nosso orgulho está “fodido”...
Isso, não devia ter acontecido!
O mal já está feito...
Neste mundo, ninguém é perfeito.
Este, é um modelo de país para poucos...
É uma estratégia de loucos.
Agora só nos resta deixar as diferenças políticas de lado,
e cuidar da nossa terra de coração quebrado.

Vamos continuar as nossas lutas,
acreditar e preparar as eleições
para que sejam livres e justas!
Para isso, temos boas razões:
A nossa independência suada;
A nossa democracia desmantelada;
Paz-justiça-liberdade sonhada;
Direitos humanos desrespeitados;
Futuro das nossas crianças.
O que nos separou foi o ódio, a ganância e a guerra....
O que nos vai unir, será o amor por esta terra.
Ah, esqueci-me de dizer o meu nome e a minha raça
mas isso não importa, nem tem graça.
O meu nome é cidadão...
N`ka tené djorson, ami i fidju di é tchon.
Sou Mandjaku, Fula, Mandinga, Fulupe e Balanta.
Pois, ser guineense, sinceramente, me encanta.


Londres, 06.01.2013
Vasco Barros.
fonte:Ditadura do Consenso


LUTA SEM TRÉGUAS NO MALI

Soldados franceses participaram de treinamento em base aérea de Bamako, Mali Foto: Joe Penney / ReutersMali
"As forças francesas bombardearam nesta terça-feira a localidade de Diabali, no oeste do Mali, tomada na véspera por combatentes islamitas, e anunciaram a mobilização iminente de 2.500 soldados como parte de sua ofensiva para expulsar os jihadistas do país. 
O presidente francês François Hollande declarou, durante uma visita a Abu Dhabi, que atualmente há 750 militares franceses no Mali, e que em breve serão mais. "A França seguirá tendo forças em terra e ar", acrescentou o presidente francês, à espera de que uma força multinacional africana substitua suas tropas. Segundo Hollande, a mobilização desta levará cerca de uma semana.
O ministério francês da Defesa informou de Paris que mobilizará progressivamente 2.500 soldados para combater os grupos islamitas que ocupam o norte do Mali há nove meses. Na madrugada desta terça-feira chegou a Bamako uma coluna de cerca de 40 veículos blindados franceses provenientes Costa do Marfim, indicou à AFP um conselheiro militar de imprensa.
Segundo ele, os veículos serão empregados nos combates que ocorrem desde sexta-feira entre o exército malinês, apoiado por soldados das forças especiais, helicópteros e aviões franceses, e os islamitas armados. Na madrugada desta terça-feira, a aviação francesa bombardeou Diabali, 400 km ao norte de Bamako, e matou vários jihadistas, segundo testemunhas.
Na segunda-feira, os combatentes islamitas passaram à ofensiva no oeste do Mali, apoderando-se desta cidade. O ataque era dirigido pelo argelino Abu Zeid, um dos chefes da Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI), segundo uma fonte da segurança regional.
Ao mesmo tempo, os jihadistas abandonaram seus feudos no norte do país, como a cidade de Gao, submetida no domingo a bombardeios que mataram mais de 60 combatentes, segundo moradores e uma fonte de segurança. Em Timbuctu, onde até o momento não ocorreu nenhum bombardeio aéreo, os jihadistas também partiram.
"Os mujahedines se foram, têm muito medo", afirmou um vizinho desta cidade emblemática da cultura muçulmana na África, onde os jihadistas destruíram muitos mausoléus de santos muçulmanos por considerá-los uma heresia. Para o porta-voz do grupo islamita Andar Dine, Senda Uld Bumama, trata-se apenas de uma retirada tática, segundo declarações publicadas no site mauritano Al Akhbar, próximo aos islamitas deste país".TERRA

ASSUNTOS DA GUINÉ-BISSAU E DO MALI


"Os líderes da sub-região oeste-africana realizam sábado, 19 de Janeiro, em Abidjan, na Côte d'Ivoire, uma sessão extraordinária visando tomar medidas suplementares para resolver a crise maliana, que se degradou nos últimos dias depois de os islamitas que ocupam o norte do país tentarem controlar outras cidades e progredir para a capital, Bamako.
Esta conferência dos chefes de Estado e de Governo examinará os
últimos desenvolvimentos da situação política do Mali e como a região pode cooperar com a comunidade internacional para a aplicação de resolução 2085 do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Durante esta sessão, os líderes regionais ouvirão uma exposição do presidente da Comissão da Cedeao, Kadré Désiré Ouédrago, sobre a situação política e de segurança no Mali, bem como os relatórios dos presidentes burkinabe, Blaise Compaoré, e nigeriano, Goodluck Jonathan, sobre os esforços de mediação que eles realizaram para a resolução de conflitos.
Eles serão igualmente informados sobre o estado de avanço do desdobramento da Missão Internacional de Apoio ao Mali (MISMA) pelo presidente do Comité dos Chefes dos Estados-Maiores da Cedeao, o general ivoiriense Soumaila Bakayoko, ao passo que o ministro dos Negócios Estrangeiros da Côte d'Ivoire, Charles Koffi Diby, apresentará um relatório sobre a reunião do Conselho de Mediação e Segurança (CMS).
A cimeira dos chefes de Estado e de Governo é precedida, nesta sexta-feira (18), por um encontro extraordinário do CMS, que reúne os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa dos Estados-membros da Cedeao.
A reunião permitirá igualmente discutir sobre a situação na Guiné-Bissau, onde a Cedeao desdobrou no ano passado uma missão militar denominada ECOMIB com vista a proteger as instituições de transição e concluiu um acordo sobre a aplicação do programa de reforma do sector da defesa e segurança no país.
A cimeira de Abidjan deverá igualmente aprovar a nomeação do major-general nigeriano Shehu Usman Abdulkadir como comandante da MISMA e a do brigadeiro nigerino Yaye Garba como seu adjunto".África 21