terça-feira, 16 de setembro de 2014

G.BISSAU:EXONERAÇÃO DO CEMGFA

SAÍDA DE ANTÓNIO INDJAI É BOM PARA:


1) ANTÓNIO INDJAI


2) FORÇAS ARMADAS DA GUINÉ-BISSAU


3) GUINÉ-BISSAU


"É PRECISO É CALMA"

domingo, 14 de setembro de 2014

MUNDO DOS LOUCOS

Aposentado italiano atravessa a Rússia em 4 anos

Rússia, Itália, turismo

O que sente uma pessoa depois de atravessar a Rússia a pé? A resposta para esta pergunta não é fácil, especialmente quando você se lembra de quando foi a última vez que você caminhou a pé por muito tempo. Nos dias de hoje, estamos nos deslocando diariamente de carro ou através de transportes públicos, esquecendo assim o quanto é bom caminhar a pé.

O italiano Delvigo Pier Luigi, um aposentado da cidade de Gênova, é uma rara exceção dessa regra. Com seus 67 anos, ele atravessou a pé toda a Rússia, de oeste para leste, até à cidade de Vladivostok, no extremo-oriente do país. A viagem levou quatro anos. Em uma entrevista à Voz da Rússia, o viajante compartilhou as emoções desta grande aventura.
- Você atravessou a pé a Rússia. O que nos pode contar sobre essa viagem?
- Refletindo sobriamente, eu diria que tal viagem era impossível. No entanto, ao chegar à Rússia, descobri que não era assim tão difícil. Quando você percebe que terá que lidar com todas as dificuldades sozinho, de repente forças inacreditáveis e até então desconhecidas aparecem dentro de si.
- Qual foi sua impressão mais forte nessa viagem?
- Eu amo a natureza por isso as intermináveis extensões da Sibéria me impressionaram muito. Imagine só: eu, sozinho, no meio de toda essa vastidão. Eu me senti quase como um dono do mundo, e todas as noites quando eu montava minha tenda e ia dormir, isso me parecia a maior recompensa. E assistir inúmeras vezes o nascer e o pôr do sol foi algo único também... Não dá pra explicar, para sentir isso, você precisa experimentar. Nunca tive medo.
E quero destruir o mito sobre a Sibéria. Como em todos os lugares, lá existem muitas coisas maravilhosas e outras nem tanto. Aqui, na Itália, quando alguém faz uma coisa errada, as pessoas brincam: "Eu vou te mandar para Sibéria!".
Temos preconceitos e vemos muitas coisas de uma forma diferente. Por isso, quero dizer que na Sibéria moram pessoas comuns e que vivem bem mesmo com as temperaturas baixíssimas de 40 e 50 graus negativos, assim como vivem nos outros países, no Canadá por exemplo.
- Como foi seu relacionamento com os russos que conheceu no caminho? O que eles achavam da sua iniciativa?
- Primeiro, quando as pessoas descobriam que eu era italiano, ofereciam ajuda. Na Rússia, o italiano mais famoso é o Toto Cutugno, ele realmente é muito conhecido lá. Todas as pessoas que eu encontrava, tentavam me oferecer comida de graça. Durante a viagem, notei que os russos são bastante amigáveis e acolhedores com os estrangeiros. Um italiano nunca convidaria uma pessoa desconhecida para sua casa. E a minha aparência não era das melhores, às vezes eu parecia um simples morador de rua.
- Quantos quilômetros você andou no total?
- Na primeira etapa, de Tallinn a Ekaterinburgo caminhei 3100 quilômetros. Depois, de Ekaterinburgo ao Lago Baikal – 3.800 quilômetros. Depois 1.500 e no final mais 2.150 km. No total caminhei 10.550 quilômetros.
- É de impressionar mesmo. Especialmente sabendo que hoje as pessoas quase nunca viajam a pé.
- O número de quilômetros percorridos realmente parece incrível. Mas vale lembrar que os legionários romanos que foram conquistar a Ásia também andavam tudo isso e ainda caminhavam para morrer na batalha!
Quando você caminha a pé, você repara em tudo porque simplesmente precisa olhar aonde está pisando. Além disso, o tempo não voa tão rápido.
- Como surgiu ideia dessa viagem? E por que razão escolheu a Rússia?
- Porque falo russo. Agora muitas pessoas dizem que o meu sonho se tornou realidade. E agora, quando fico lembrando dessa aventura, tudo me parece um sonho. Tudo começou por acaso, não planejei nada. Quando eu era jovem, costumava correr muito, fazia atletismo e nunca gostava de caminhada. E depois, por puro acaso, tive chance de caminhar junto com os peregrinos até o túmulo de Saint James que fica na cidade espanhola de Santiago de Compostela. Depois decidi ir de São Petersburgo a Moscou, são 600 quilômetros. Comecei nos países bálticos e tudo correu bem. Então eu comprei uma tenda. Imagine só! Com os meus 64, eu passei a dormir numa barraca, enquanto não fazia nada disso quando era mais novo. Agora eu sou um verdadeiro craque nisso!
- Ainda vai para algum lugar ou já volta para casa?
- Não, não! No início eu estava indo bem rápido, especialmente nos primeiros anos. Em média eu percorria 40 km por dia. No segundo ano, andei 3.800 quilômetros... ou seja 44.5 quilômetros por dia.
Agora após esta viagem eu tenho descansado, relaxado. Pode se dizer que eu descanso o ano todo. A vida de um aposentado é assim, nós descansamos muito. Aquilo que eu fiz, provavelmente não é para todos, mas eu quero passar a ideia de que mesmo na nossa idade dá pra aproveitar bastante, temos tantas caminhadas pela frente! E a idade não é problema nenhum!
V.R.