sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A ERRÁTICA GUINÉ-BISSAU

Raúl M. Braga Pires, politólogo, arabista, professor da Universidade de Rabat e Investigador-Correspondente do Observatório Político em Marrocos, doutorando do ISCSP, edita  com regularidade um blogue, também publicado no conhecido semanário "Expresso", sobre assuntos do Médio Oriente e Magrebe, tendo dedicado alguma atenção à Guiné-Bissau, onde se deslocou várias vezes. Lançou recentemente um livro "Maghreb/Machrek - Olhares luso-marroquinos sobre a Primavera Árabe" (Diário de Bordo, Lisboa, 2013), onde reproduz todos os textos que publicou no "Expresso" e no dito blogue. Após uma incursão pelo Norte de África, Médio Oriente e Sahel, ou seja o prato forte da obra, digamos assim, apresenta três capítulos (ou, se se quiser, 3 "posts") relevantes e bastante  informativos sobre a atualidade daquele país lusófono oeste-africano, que, no seu entender, tem que ver com a evolução política e estratégica das regiões contíguas. Daí a sua inclusão. Depois de ler o que Raúl Braga Pires escreveu, elaborei uma pequena recensão, que complementei com outros elementos e com algumas reflexões da minha lavra.
O autor começa por se referir à "intentona/inventona" (?) de 21 de Outubro de 2012, classificando a situação como sendo "confusa" e considerando que "a realidade ultrapassa em muito a ficção". Acrescentaria que estas classificações e considerações são quase eufemísticas perante o caos que é hoje a Guiné-Bissau e do qual teima em não sair. Braga Pires menciona a balantização do Poder político e militar (que, aliás, não é de hoje, mas que se terá acentuado com o "putsch" de 12 de Abril de 2012), em que Kumba Ialá emerge com ambições ao Poder (no meu entender e para que as coisas não aparentem ser tão óbvias, Kumba tem no terreno, como se sabe, gente sua e poderá controlar a situação de fora sem necessidade de grande exposição pessoal, manobra táctica que me parece óbvia). Menciona um sem-número de factos, bem como algumas suposições plausíveis, atenda-se ao contexto. Em primeiro lugar, assistia-se - e assiste-se - a uma tribalização do poder político e militar, donde no conflito balantas-felupes, os primeiros levaram necessariamente a melhor. As danças e contra-danças entre as classes castrense e política, a promiscuidade generalizada sobretudo a este nível, são o que se adivinha e não valerá a pena pôr muito mais na carta. Carlos Domingos Gomes (Cadogo), PM deposto e frustrado candidato presidencial, continua a aspirar elevar-se um dia à cadeira do Poder. A actuação do capitão  Pansau N'Tchama é no mínimo surrealista e as suas ligações a Portugal e à CPLP (leia-se Angola e Cabo Verde) abstrusas. O autor suscita as estranhas coincidências de ter chegado a Bissau com uma equipa de reportagem a escassas horas da "intentona/inventona" e da detenção de Pansau N'Tchama, com alegadas ligações a Portugal, ter precisamente ocorrido na véspera da sua partida. 
Braga Pires faz uma análise do primeiro trimestre de 2013, salientando a chegada de Ramos Horta e a sua declaração algo desmedida ao considerar a "Guiné-Bissau como o país mais seguro da África Ocidental" (sic). O representante da ONU chega também num momento em que o PAIGC assina o Pacto de Transição e em que era já perceptível que o período transitório teria de ser necessariamente prorrogado. Neste quadro, há que tomar-se em atenção que o recenseamento biométrico da população não poderia ser feito durante a época das chuvas, o que levaria inevitavelmente a um adiamento das eleições. Apesar da descentralização anunciada e auto-elogiada pelo Governo, o autor põe em causa o recenseamento biométrico, efectuado sem grande publicidade nem campanhas de sensibilização junto da população. Neste contexto, acresceriam ainda enormes dificuldades de ordem logística e financeira. Tendo em conta os factores enunciados, o  próprio PR admitiu a inevitabilidade de se prolongar o período de transição.
Ao referir-se à cimeira da CEDEAO (Comunidade Económica de Estados da África Ocidental), que a Guiné-Bissau integra, considera Braga Pires que  "a solução da questão Norte do Mali/terrorismo estará sempre dependente duma resolução dos conflitos internos da Guiné-Bissau, ambos os países têm governos provisórios saídos de golpes de Estado". Com efeito, os dois países ter-se-ão comprometido a realizar sufrágios eleitorais até 31 de Dezembro de 2013. Viu-se. Apenas o Mali o cumpriu.
Por outro lado, haveria a necessidade do Governo de Transição ser reconhecido internacionalmente, para poder levar a cabo as tarefas a que se propôs, designadamente a condução do processo eleitoral, o que o autor admite como plausível. Mas, acrescento, com excepção da CEDEAO, mais ninguém o reconhece.
Menos claro foi o julgamento do capitão Pansau N'Tchama que acusou o deposto CEMGFA, Zamora Induta, de o ter coagido à tentativa de "putsch" de 21 de Outubro de 2012, acusando as autoridades gambianas de envolvimento na suposta operação, bem como inúmeras personalidades locais com ligações ao PAIGC e a figuras militares e politicas, algumas de destaque como é o caso de Domingos Simões Pereira, então Secretário Executivo da CPLP. O julgamento, aduzo, poderia, por assim dizer, "limpar o terreno" de muitos elementos incómodos e permitir uma actuação "mãos livres" de António Indjai (actual CEMGFA) e de Bubo Na Tchuto, entre outros. Até aqui nada de novo, a Guiné-Bissau conhece desde há muito estes processos sombrios como devem ser conduzidos e para que servem.
Alguns factos, porém, vêm a alterar o panorama. Em Abril de 2013, o almirante Bubo Na Tchuto é apanhado numa armadilha muito bem montada pela DEA (Drug Enforcement Agency) norte-americana, detido em águas internacionais e levado para os EUA, a aguardar julgamento. Estavam em causa 4 toneladas de cocaína (cujo valor médio na rua pode atingir entre 130 a 160 milhões de Euros!). Sabia-se que Na Tchuto, bem como Papá Camará (Chefe de Estado Maior da Força Aérea) e o próprio António Indjai, estão desde há muito envolvidos no tráfico de droga. O primeiro estava identificado pela DEA desde 2010. Tanto quanto sei por outras fontes, a operação consistiria na troca de armamento das Forças Armadas da Guiné-Bissau para a guerrilha colombiana das FARC por cocaína. Não se trataria de armamento convencional, mas, sim, de mísseis terra-ar! Os agentes da DEA fizeram-se passar por membros da guerrilha. Em suma, estamos a falar de uma operação sofisticada a uma escala muito grande e que teria outros envolvimentos cujos pormenores, porém, desconheço.
Por outro lado, soube-se que Na Tchuto permitiu a evasão de  3 jihadistas mauritanos acusados de terem assassinado 4 turistas franceses no sul da Mauritânia em 2007. Um agente secreto norte-americano teria sido despachado para o local mas apareceu morto (degolado), o que indicaria a presença de fundamentalistas islâmicos. Na opinião de  Braga Pires, para além de traficante de droga, Bubo Na Tchuto teria ligações à AQMI (Al Qaeda no Magrebe Islâmico) que opera na África Ocidental.
Para a  detenção de Na Tchuto, os norte-americanos terão presumivelmente obtido a cumplicidade de Indjai, uma vez que este queria livrar-se de um rival e os norte-americanos a detenção do almirante. Este último era objecto de um processo de reabilitação por envolvimento num golpe de Estado (mais um no rol que averba a Guiné-Bissau) em 26 de Dezembro de 2011, que levou ao seu exílio temporário na Gâmbia. Ora, Na Tchuto tinha por objectivo principal substituir Indjai como CEMGFA. É tão simples quanto isto.
Como refere a justo título o autor e citamos: "A primeira novidade da acusação apresentada pelos americanos é absolutamente demolidora para as duas principais figuras do Período de Transição: o Presidente interino, Manuel Serifo Nhamadjo e o Primeiro-ministro interino, Rui Duarte Barros, são implicados nas provas apresentadas pela DEA." Aparentemente, essas altas figuras do Estado beneficiariam de 13% do "produto/negócio" (?), apesar dos desmentidos indignados, a dúvida obviamente permanece.
Dizer que a credibilidade da Guiné-Bissau e das mais altas figuras civis e militares do Estado foi afectada é um mero eufemismo. Resta saber neste quadro pouco auspicioso como é que a Guiné-Bissau se vai financiar para poder realizar eleições? O próprio Secretário-geral da ONU já admitiu que pode deixar cair a Guiné-Bissau e abandoná-la como a Somália. Se a Guiné-Bissau não consegue assumir as funções basilares de um Estado será ou não um Estado falhado? Era bom que não se mastigassem as palavras.
Aliás, os acontecimentos mais recentes naquele país, caso dos 74 sírios embarcados à força nos aviões da TAP, que levaram à suspensão das ligações aéreas Lisboa-Bissau, reforçam a nossa tese, isto é, que não se está perante um Estado minimamente sério.
No meio de tudo isto e tendo em conta o julgamento do capitão  Pansau N'Tchama, as tensões étnicas, as fricções do foro castrense, as rivalidades entre diferentes pseudo-líderes civis e militares e, agora, os atritos inter-religiosos, geram um quadro de forte instabilidade que pode desembocar numa guerra civil gravíssima. O alerta aqui fica.
Registo que Raúl Braga Pires chama a atenção para um facto novo: o conflito entre sunitas e xiitas. A maioria da população islamizada é como se sabe de obediência sunita, mas os libaneses, de fé xiita, há muito radicados no país, já criaram raízes e prosélitos  na Guiné-Bissau. Iremos assistir à criação de mais um foco de tensão, até agora insuspeitado?
Haveria que reflectir-se sobre a intervenção francesa no Mali e no problema da droga. A questão é, para todos os efeitos, regional. De acordo com várias fontes fidedignas, o circuito da droga parece estar a alimentar os jihadistas e a Guiné-Bissau aparece nesta equação como um factor que, pelas razões expostas, não pode ser ignorado. A pacificação do Mali - e sabendo-se da proliferação dos grupos islamitas por todo os Estados do  Sahel - é uma questão de importância vital, mas essa intervenção não pode limitar-se apenas ao Norte do Mali, como se tratando apenas de um abcesso localizado a extirpar, a Guiné-Bissau, cujos governantes actuais não merecem qualquer credibilidade, terá também de ser intervencionada, ou seja o alargamento da Missão de Paz no Mali pode (deve) estender-se à Guiné-Bissau.
Bom, já agora, eleições para quando?
 
VERSION FRANÇAISE
 
L' erratique Guinée-Bissau
Raúl M. Braga Pires, politologue, arabiste, professeur à l' Université de Rabat et Chercheur-Correspondant de l'Observatoire Politique au Maroc, prépare sa thèse de doctorat à l'Institut de Sciences sociales et politiques de Lisbone et, édite  régulièrement un blog, aussi publié dans " Expresso ", un réputé hebdomadaire portugais, sur les affaires du Moyen Orient et du Maghreb, ayant dédié une attention accrue à la Guinée-Bissau, où il s'est déplacé à plusieurs reprises. Il a fait récemment la présentation de son livre  "Maghreb/Machrek - Olhares luso-marroquinos sobre a Primavera Árabe" (Diário de Bordo, Lisboa, 2013 - en traduction " Maghreb/Machrek - Des regards luso-marocains sur le Printemps arabe "), où il reproduit tous les textes qu'il a publié sur l' "Expresso " et dans ledit blog. Après une incursion sur l'Afrique du Nord, le Moyen Orient et le Sahel, c'est à dire le plat de résistance de l'?uvre, il présente trois chapitres (ou, si on veut trois " postings ") importants et très informatifs sur l'actualité de ce petit pays ouest-africain lusophone, qui, selon son point de vue, a une relation avec l'évolution politique et stratégique des régions avoisinantes. Donc son inclusion. Après avoir lu ce que  Raúl Braga Pires a écrit j'ai fait une petite recension que j'ai complémenté  avec d'autres éléments et quelques réflexions à moi.
L'auteur commence par mentionner le coup d'État " essayé/inventé?" (?) du 21 octobre 2012, classifiant la situation comme étant " confuse "  et tout en considérant que la " réalité dépasse de loin la fiction ". J'ajouterai que ces classifications et considérations sont presque des euphémismes devant le chaos qui est aujourd'hui la Guinée-Bissau et dont elle persiste à ne pas s'en sortir. Braga Pires se réfère à la   " balantization " du pouvoir politique et militaire (c'est à dire la prépondérance de l'ethnie ballante sur les autres, que n'est sûrement pas un phénomène de nos jours mais que s'est accentué avec le "putsch" du 12 de avril  2012), dans lequel  l'ex-président de la République d'ethnie ballante, Koumba Yalá, limogé il y a déjà quelques années par un coup d'Etat, a émergé avec des ambitions au Pouvoir (pour que les choses ne soient pas si transparentes que ça, Koumba a sur le terrain, comme on le sait, des fidèles et il pourra contrôler la situation de l'extérieur sans avoir besoin d'une exposition personnelle trop visible et engagée, une man?uvre tactique perceptible). Il mentionne une énumération de faits, aussi bien que quelques suppositions plausibles, compte tenu du contexte. Tout d'abord, on témoignait - et on témoigne - une tribalisassion du pouvoir politique et militaire, d'ailleurs dans le conflit ethnique balantes-djolas, les premiers plus nombreux ont naturellement pris l'avantage. Les danses et contre-danses entre les classes militaires et politique, la promiscuité généralisée surtout à ce niveau-ci, sont ce qu'on peut aisément deviner et il ne faut pas donner trop d'explications. Carlos Domingos Gomes (Cadogo), premier ministre destitué et candidat frustré à la Présidence de la république, continue á soutenir des ambitions à la chaise du Pouvoir. Le moins qu'on puisse dire c'est que les agissements du capitaine  Pansau N'Tchama sont surréalistes et ses liaisons au Portugal et à la CPLP (Communauté des pays lusophones - en clair, l'Angola et le Cap Vert, selon la perspective bissau-guinéenne) abstruses. L'auteur suscite les étranges coïncidences, d'une part d'avoir arrivé à Bissau avec une équipe de reportage a quelques heures à peine du coup d'Etat "essayé/inventé " ( ?) et d'autre part la détention de Pansau N'Tchama, ayant de présumées liaisons au Portugal, avoir eu lieu précisément la veille de son départ du pays.
Braga Pires fait une analyse du premier trimestre 2013, relevant l'arrivée de Ramos Horta (représentant du Secrétaire général de l'ONU pour le pays) et sa déclaration un peu démesurée en considérant la " Guinée-Bissau comme le pays le plus sûre de l'Afrique de l'Ouest " (sic). M. Ramos Horta arrive aussi à un moment où le PAIGC (Parti africain pour l'indépendance de la Guinée et du Cap-Vert, qui a mené la lutte de libération nationale et a eu les responsabilités de gouvernement  pendant plusieurs années) a signé le Pacte de Transition et on s'aperçoit que la période transitoire devrait nécessairement être remise à plus tard. Dans ce contexte, il faut tenir compte que le recensement biométrique de la population ne pourrait être fait pendant la saison des pluies, ce qu'amènerait, et pour cause, à un ajournement des élections. Malgré la décentralisation annoncée et auto-louée par le gouvernement lui-même, l'auteur met en cause le recensement biométrique, accompli sans publicité digne de ce nom, ni campagnes de publicité de sensibilisation auprès de la population. Dans ce cadre, s'ajouteraient encore des énormes difficultés d'ordre logistique et financière. Ayant en vue les facteurs énoncés, le Président de la République intérimaire a admis l'inévitabilité de prolonger la période de transition.
En mentionnant le sommet de la CEDEAO (Communauté économique des Etas de l'Afrique de l'ouest), dont la Guinée-Bissau en fait partie, Braga Pires considère que " la solution de la question Nord Mali/terrorisme dépendra d'une résolution des conflits internes, étant donné que les deux pays ont des gouvernements provisoires issus de coups d'Etat ". En effet tous les deux s'auront formellement engagés à accomplir des suffrages électoraux jusqu'au 31 décembre 2013. On a rien vu de cela. Seulement le Mali a accomplis avec cette tâche.
Par contre, il s'avérait nécessaire que le gouvernement de transition puisse être reconnu internationalement, pour mener à bien les tâches qu'il s'est lui-même engagé, notamment la  conduite du processus électoral, situation  que l'auteur admet comme plausible. Toutefois, j'ajoute, hormis la CEDEAO, personne ne le reconnaît officiellement.
Moins clair a été le procès du capitaine Pansau N'Tchama qui a  accusé le destitué chef-d 'état-major des armées, Zamora Induta, de l'avoir contraint à l'essai (?) de "putsch" du 21 octobre 2012, montrant du doigt les autorités gambiennes d'implication dans la supposée opération, ainsi que de nombreuses personnalités locales ayant des rapports avec le PAIGC et des responsables militaires et politiques, quelques-uns de proéminence, comme c'était le cas de Domingos Simões Pereira, alors Secrétaire Exécutif de la CPLP. Le procès, j'allègue,  pourrait, pour ainsi dire, " nettoyer le terrain "  de plusieurs éléments gênants et de permettre une performance " aux mains libres " d'António Indjai (à présent chef-d 'état-major des armées) et de Bubo Na Tchuto, parmi d'autres. A ce point où nous sommes arrivés, rien de nouveau à signaler, la Guinée-Bissau connaît depuis toujours ces procédés sombres, comment ils doivent être conduits et quel est leur but.
Néanmoins certains faits  ont commencé à changer le scénario. Au mois d'avril  2013, l'amiral Bubo Na Tchuto est tombé sur un piège très bien monté par la DEA (Drug Enforcement Agency, l'agence de combat au trafic de drogue des États unis). L'amiral a été détenu sur les eaux internationales en haute mer et emmené aux USA pour y être jugé. En cause, quelques 4 tonnes de cocaïne, dont la valeur estimée de marché doit se chiffrer entre 130 à 160 millions d'Euros ! On savait que Na Tchuto, ainsi que Papá Camará (chef-d 'état-major de l'Armée de l'air) et même le tout puissant António Indjai, sont imbriqués il y longtemps dans le trafic de stupéfiants. Le premier était identifié par la DEA depuis 2010. Tant que je sache par d'autres sources, l'opération consisterait dans l'échange d'armement des Armées de la  Guinée-Bissau pour la cocaïne fournie par la  guérilla colombienne des FARC. Bien sûr, il ne s'agissait pas d'une chose mince, c'est à dire de l'armement conventionnel, mais des missiles  sol-air ! Les agents de la DEA se sont déguisés en guérilleros et Na Tchuto a été piégé. En d'autres termes, nous nous référons à une opération sophistiquée à une très grande échelle et qui aurait, bien évidemment d'autres implications, dont les détails toutefois m'échappent.
Par contre, on sait que Na Tchuto a autorisé l'évasion de 3 djihadistes mauritaniens accusés d'avoir assassiné 4 touristes français dans le sud de la Mauritanie en 2007. Un agent secret américain aurait été envoyé sur place, mais il est apparu mort (égorgé), ce qui indiquerait la présence de fondamentalistes islamiques. Selon Braga Pires, en plus de narcotrafiquant, Bubo Na Tchuto aurait des  associations  à AQMI (Al Qaeda dans le  Maghreb Islamique) qui opère dans l'Afrique de l'Ouest.
Pour la détention de Na Tchuto les américains devraient vraisemblablement obtenir la complicité d'Indjai, car il voulait se débarrasser d'un rival et les américains l'arrestation de l'amiral-trafiquant. Ce dernier a fait l'objet d'un processus de réhabilitation pour son implication dans un coup d'Etat (un de plus sur la longue liste qui enregistre la Guinée-Bissau depuis son indépendance) le 26 décembre 2011, qui a conduit à son exil temporaire en Gambie. Maintenant, l'objectif principal était l'intention de remplacer Indjai comme Chef d'État-major des armées. C'est si simple que ça.
Comme mentionne à juste titre l'auteur et je cite : " la première nouveauté de l'accusation présentée par les Américains est absolument dévastatrice  pour les deux figures de proue de la période de transition : le Président par intérim, Manuel Serifo Nhamadjo et le premier ministre par intérim, Rui Duarte Barros. Tous les deux sont impliqués dans les preuves présentées par la DEA. " Apparemment, ces personnalités de premier rang  de l'Etat bénéficieraient de 13 % du "produit/entreprise" (?), malgré ses démentis indignés, le doute évidemment reste.
Affirmer que la crédibilité de la Guinée-Bissau et des hauts fonctionnaires civils et militaires de l'Etat a été affectée est un simple euphémisme. Il reste à savoir dans ce contexte peu propice comment la Guinée-Bissau pourra se financer afin d'organiser des élections ? Le Secrétaire général de l'ONU lui-même a admis qu'il peut laisser tomber la Guinée-Bissau et l'abandonner comme la Somalie. Si la Guinée-Bissau ne parvient pas à prendre en charge les fonctions essentielles d'un État est-ce que elle peut être considérée ou pas ce qu'on appelle  un État en faillite? On ne doit pas trop mâcher les mots.
D'ailleurs les évènements plus récents dans ce pays - c'est le cas des 74 réfugiés syriens avec des faux passeports turcs, embarqués   dans un avion  de la TAP (la compagnie de drapeau portugaise),  dont l'équipage  a été menacée par force à les mettre à bord - ont conduit à la suspension des liaisons aériennes Lisbonne-Bissau et, par conséquent, les liens directs de la Guinée-Bissau avec l'Europe. Cela renforce notre thèse, qu'on n'est pas devant un Etat qu'on doit prendre au sérieux.
Dans tout cela et compte tenu du procès du capitaine Pansau N' Tchama, les tensions ethniques, les disputes au sein des militaires, les rivalités entre différents pseudo-leaders civils et militaires et, maintenant, les frottements interreligieux génèrent une très forte instabilité qui peut se traduire, à terme, dans une guerre civile très grave. L'avertissement est donc fait.
Je remarque que Raúl Braga Pires attire l'attention sur un fait nouveau: le conflit entre sunnites et chiites. La majorité de la population islamisée dans le pays est  traditionnellement d'obéissance sunnite, mais les libanais, de foi chiite, depuis longtemps fixés en Guinée-Bissau, ont déjà créé des racines solides et des prosélytes. Est-ce qu'on va témoigner la création d'un autre foyer de tension, jusqu'à maintenant insoupçonné?
On devrait réfléchir sur l'intervention française au Mali et le problème de la drogue. La question est, à toutes fins utiles, régionale. Selon plusieurs sources fiables, le circuit de la drogue semble nourrir les djihadistes et la Guinée-Bissau s'affiche dans cette équation comme un facteur qui, pour les raisons déjà énoncées, ne peut pas être ignoré. La pacification du Mali - étant donné la prolifération des groupes islamistes dans tous les États du Sahel - est une question d'importance vitale, mais cette intervention ne saurait se limiter seulement au nord du Mali, comme s'il s'agissait, en bref, d'un simple abcès localisé et identifié à extirper. La Guinée-Bissau, dont les dirigeants actuels ne méritent aucune crédibilité, doit également être objet d'une intervention, à savoir l'extension de la mission du maintien de paix au Mali peut (doit) être étendue à la Guinée-Bissau.
Finalement, par ailleurs, les élections sont prévues pour le mois de mars prochain, mais est-ce que le calendrier sera respecté ?
 
ENGLISH VERSION
 
Erratic Guinea-Bissau
Raúl M. Braga Pires, political scientist, arabist, professor at the Rabat University and Observatório Politico's Correspondent-Researcher in Morocco, PhD student at ISCSP (Lisbon), regularly publishes on Maghreb/Machrek Blog, syndicated at the renown portuguese weekly "Expresso" newspaper on Maghreb and Middle Eastern issues and also dedicated some attention to Guinea-Bissau, were he has been several times. He recently published the book "Maghreb/Machrek - Olhares luso-marroquinos sobre a Primavera Árabe" - "portuguese-moroccan perspectives on the Arab Spring", (Diário de Bordo, Lisboa, 2013), reproducing most of the blog's texts. After an incursion on the north of Africa, Middle East and Sahel, core issues, he presents 3 revealing chapters and highly informative on the current situation in this West African lusophone country, which, in his perspective, has everything to do with the political and strategic evolution on the surrounding areas, enough reason to include Guinea-Bissau in this work. After reading what Raúl Braga Pires wrote, I decided to write this brief recension, which I complemented with some reflections on my own.
The author starts to refer to the "intentona/inventona" (real putch attempt/fictional putch attempt), of October 21st 2012, rating the situation as not totally clear, considering that "reality was way beyond fiction". I would add that this type of classification and considerations are almost euphemistical before the chaos that Guinea-Bissau is today. Braga Pires mentions the political and military balantization (from the Balanta ethnicity, not from today and stressed with the April 12th coup d'état), in which former President Kumba Iala still emerges with political ambitions (in my view, and for actions not to seem so obvious, Iala has on the field, a known fact, people on his behalf, allowing him to control the situation from the outside, avoiding his own personal exposition). The author mentions non-ending facts, as well as some plausible suppositions, according with the context. Firstly, there's a tribalisation of the political and military power, from where the Balanta ethnicity is clearly winning the battle against the Djola and Felupe ethnicities, based on ancient rivalries. The dances and counter-dances between the military and politicians, the generalized promiscuity mainly on that level are as we may guess, therefore not being worth to add more on this issue. Carlos Domingos Gomes (Cadogo), deposed Prime-Minister and frustrated presidential candidate, aspires still to reach one day the Chair of Power. The action of Captain Pansau N'Tchama is at least surrealistic and its ties to Portugal and CPLP - portuguese speaking countries - (meaning Angola and Cape Verde) abstruse. The author raises the strange coincidences arriving to Bissau with a media reporting crew, just two hours before the "intentona/inventona" took place and the arrest of Pansau N'Tchama, allegedly connected to Portugal, happening precisely on the eve of the crew's departure.
Braga Pires analyzes the first trimester of 2013, stressing the arrival of UN Special envoy and Ban Ki Moon's representative, Ramos Horta, and his disproportioned declaration considering "Guinea-Bissau has the safest country in Western Africa" (sic). Horta also arrives in a moment in which PAIGC (main political party) signs the Transition Pact, in a moment everybody had already understood that the interim period would be inevitably prolonged. It was obvious that the biometrical population census couldn't be made during the rainy season, which would have as a consequence the postponing of elections. Besides the announced decentralization of registration posts, the author doubts on its effectiveness, due to lack of publicity and field campaigns amongst the population. Also to add, in this context, huge logistical and financial difficulties. The Interim President, Manuel Serifo Nhamadjo, admitted himself the inevitability of prolonging the transitional period.
Refering to the ECOWAS Summit, which Guinea-Bissau integrates, Braga Pires considers that "the solution to the northern Mali/terrorism question will always be dependent on the resolution of internal conflicts in Guinea-Bissau, due to the fact that both countries have interim governments (Mali no more), both emerging from coups". In fact, both countries compromised to elections no longer than December 13th 2013. So far, only Mali accomplished with its word.
On the other hand, there would be the necessity for the interim bissau-guinean government to be recognized internationally, in order to be enabled to conduct an electoral process, which the author admits as plausible. But, and I add, with the exception of ECOWAS, no one else recognizes it, still.
Less clear was Captain Pansau N'Tchama's trial, who accused the deposed Military Chief-of-Staff Zamora Induta, of obliging him to participate on the October 21st 2012 attempted coup, accusing also the involvement of the gambian authorities in the supposed operation, as well as innumerous local personalities connected with PAIGC and military and political figures, like Domingos Simão Pereira, then CPLP's Executive Secretary. The trial, I adduce, could "clean the ground" from some "trouble makers" and allow a "hand-free" action to the current Military Chief-of-Staff, António Idjai, Bubo Na Tchuto, amongst others. So far nothing new, Guinea-Bissau is an expert on arranged gloomy processes like this.
Some new facts, however, changed the scenario. In April 2013, Admiral Bubo Na Tchuto is caught in a well-fitted trap by the north american DEA (Drug Enforcement Agency), in international waters and taken to the USA, awaiting now for trial. This case concerns to 4 tons of cocaine (which on street value could reach between 130 and 160 million euros!). It's public that Na Tchuto, as well as Papá Camará (Air Force Chief-of-Staff) and António Indjai, are involved in drug trafficking. The first one was identified by the DEA since 2010. As far as I know from other sources, the operation would consist in a weapons trade between Guinea-Bissau Armed Forces and the colombian guerilla FARC. The payment would be made with the cocaine. It was not conventional armament at stake, but land-air missiles! The DEA agents acted as guerilla members. In conclusion, we're talking about a highly sophisticated operation, involving certainly further details which I ignore.
On the other hand, it was known that Na Tchuto allowed the evasion of 3 mauritanian jihadists accused of having assassinated 4 french tourists in southern Mauritania in 2007. An american secret agent sent to Bissau, was found dead (beheaded), indicating the presence of islamic fundamentalists. According with Braga Pires opinion, besides drug trafiker, Bubo Na Tchuto might have connections to AQIM (Al-Qaeda in the Islamic Maghreb), operating in West Africa.
To detain Na Tchuto, the north americans might have counted on Indjai's complicity, since he was interested in getting read of the Admiral's competition. The later one was going through an administrative rehabilitation process, for his supposed participation, or not, on the December 26th 2011 attempted coup (another one), which lead him to temporary exile in Gambia. Na Tchuto's main goal was to replace Indjai as Chief-of-Staff, after his rehabilitation process, which was going well, by the way. As simple as that.
As the author clearly says and I quote: "The first novelty presented by the american accusation is absolutely demolishing to the two main figures of this transitional period: the Interim President, Manuel Serifo Nhamadjo and Interim Prime-Minister, Rui Duarte Barros, are implicated in the evidence presented by the DEA". Apparently, these two "Heads of State" would profit 13% commission from this "product/business" (not clear). Despite the indignant denials, the doubt stills obviously persisting.
Saying that Guinea-Bissau's credibility as well as its highest civil and military figures was affected, it's a mere euphemism. Still to know, in this non prosperous scenario, how will Guinea-Bissau finance itself in order to organize elections? The UN Secretary-General already admitted that the country could be left on its own, just like happened with Somalia. If Guinea-Bissau can't assume and accomplish with its basic State functions, is it or not, a failed State? It would be good not to chew the words.
Moreover, recent events in the country, where 74 syrians were forced to board on a TAP flight, which lead the portuguese airliner to suspend the Lisbon-Bissau connection, reinforces my point of not being before a serious State.
Having all this as a background, plus counting with captain's Pansau N'Tchama trial, ethnical tensions, military frictions, rivalries between civilian and military pseudo-leadership and now inter-religious rubbing, the scenario is of strong instability which might culminate in grave civil war. The warning is given.
I note that Raúl Braga Pires alerts towards a new fact: The conflict between sunnis and shias. The islamized population is, as we all know, mainly sunni, but the shia lebanese community long rooted in the country, already created proselytes. Will we attend the creation of another focal tension, so far unsuspected?
To reflect on the french intervention in Mali and on the drug problem, is a must. The issue is, by all means, regional. According with several accurate sources, drug routes seem to be nourishing jihadists and Guinea-Bissau, by the exposed reasons, is part of this equation, which mustn't be ignored. Mali's pacification - and being aware of the proliferation of islamist groups all over the sahel - is crucial, but this intervention mustn't be limited to northern Mali. Guinea-Bissau, in which the current leadership doesn't deserves any kind of credibility, must also see an intervention, meaning the Peace Keeping Mission in Mali can (should/must) be extended towards Guinea-Bissau.
In the meantime, general elections are, again, scheduled for March. Will it take place this time?


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/a-erratica-guine-bissau=f853486#ixzz2rz2ZD0dP

G.BISSAU

O POVO NÃO CONHECE A MAIOR PARTE DOS CANDIDATOS.AQUELES QUE QUEREM REPRESENTAR O NOSSO POVO,TÊM DE DAR A CARA.TPanaque

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

G.BISSAU


"A Policia Judiciária guineense tem sido alvo de uma «guerra fria» vinda do exterior. Desde a era de Carlos Gomes Júnior, mediante a actual estrutura militar liderada pelo General António Indjai, os agentes da PJ são considerados «hostis» aos «interesses obscuros» de alguma força oculta, de certa forma considerados muito envolvidos em actos ilícitos.
As linhas de investigação dos agentes da Policia Judiciária (PJ) sobre determinadas matérias, nomeadamente ligadas ao crime organizado, apresentam, no final de contas, pessoas ligadas a estruturas pesadas do poder militar e civil. Tanto assim é que, num dos registados casos, três agentes da PJ que estavam a seguir uma pista para uma eventual operação de narcotraficantes, sob perseguição perigosa de homens armados disfarçados, foram obrigados atravessar a fronteira para o lado da Guiné Conakry, país vizinho, onde ficaram por algum tempo temendo represálias de morte.

Isto, adicionado à captura e consequente tortura de um agente da PJ no princípio de 2013 por parte de homens fardados, só porque alguém ligado a um regimento militar teria recebido uma notificação para responder a uma queixa interposta naquela instituição policial, e o agente encarregue do processo acabou por ser vítima de rapto e espancamento, sem que houvesse alguma responsabilização judicial ou administrativa.

Estes são dois, de entre vários outros casos, que deixam directamente os agentes da PJ em «lençóis» arriscados e sob cruzadas ameaças oriundas de fora.

Aliás, isto ficou uma vez mais provado recentemente, quando a PJ estava a ouvir indivíduos supostamente envolvidos no espancamento do ministro de Estado, dos Transportes e das Telecomunicações, Orlando Mendes Viegas, e apareceu um grupo de pessoas com uniformes policiais e da Guarda Nacional envolvendo-se com o Director Nacional da Policia Judiciaria e os seus agentes, retirando à força as pessoas que estavam a ser ouvidas naquele instante, no âmbito do citado processo.

«Um oficial da Brigada de Intervenção Rápida (BIR) agrediu física e verbalmente o director da PJ e ameaçou-o de morte juntamente com a família. Nesse mesmo dia, um colega nosso foi espancado pelos agentes da Guarda Nacional à frente do nosso portão. Eles encontravam-se ali para um eventual resgate das pessoas que estavam a ser ouvidas na nossa sede, caso fossem ordenadas as suas detenções», referiu uma fonte policial.

«Não quero citar nomes devido a questões de segurança. Mas, desde a abertura desse inquérito, o de espancamento do ministro Viegas, a PJ tem estado sob ameaças de assalto por outras forças. A Polícia de Ordem Pública (POP) e a Guarda Nacional (GN) não querem ver a PJ e os seus efectivos. Andam sempre a importunar o nosso trabalho», concluiu a mesma fonte.

O cenário descrito acontece no exacto momento em que a PJ guineense enfrenta dificuldades de funcionamento das mais críticas na sua recente história operacional. Sem combustível regular para abastecer as viaturas, condição indispensável pera efectuar diligências e operações de terreno.

Conforme uma fonte da PJ, tem havido dificuldades na emissão de notificações, devido à escassez de resmas», referiu um alto responsável da PJ, para quem técnica e operacionalmente não se pode processar qualquer matéria investigativa e, em consequência, «como se pode então combater a criminalidade?».

«Nós somos parente pobre e mal-amado do Governo», rematou este alto responsável na hierarquia da PJ guineense, que não hesitou em afirmar que a situação laboral da PJ vai «de mal a pior», isto em face de constantes agressões estratégicas de grupos de narcotraficantes contra a Guiné-Bissau.

O mais recente caso aconteceu este sábado, 25 de Janeiro, quando um grupo de homens da Guarda Nacional (GN), afectos ao Grupo de Intervenção Rápida (GIR) do Ministério do Interior, retirou à força dos agentes da PJ em serviços de Piquete no Aeroporto de Bissau, um indivíduo que se suspeitava ter ingerido e estar a transportar cápsulas de cocaína para a Guiné-Bissau. As cápsulas seriam depois, conforme o «modus operandi» deste grupo, retiradas do estomago ou do intestino do suspeito, sem qualquer processo criminal pois os homens fardados da GN aproveitam o produto para outros canais de tráfico.

Neste último cenário houve duras e escandalosas agressões no Aeroporto entre as duas forças, sendo que o Grupo «mafioso» da GN apoderou-se do suspeito para a habitual extracção das cápsulas ingeridas.

São estes entre vários outros cenários, que marcam o quotidiano dos agentes da PJ na Guiné-Bissau, que assim colocam as suas vidas em risco e sem qualquer tipo de protecção política, catapultando uma onde de desmotivação no seio da corporação policial."
B.Digital

G.BISSAU

BATALHA CAMPAL DENTRO DO PRS

Abel Incada foi eleito o candidato do Partido da Renovação Social (PRS) às eleições Presidenciais de 16 de Março, destronando Ibraima Sory Djalo, que reagiu negativamente ao resultado.
Abel Incada era, até aqui, um dos vice-Presidentes da Câmara do Comércio, Industria, Agricultura e Serviços. Foi eleito com 79 votos a favor, contra os 29 de Ibraima Sory Djalo, um dos veteranos fundadores do partido e Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP). Na corrida estavam também o empresário Baltazar Alves Cardoso e Jorge Malu, antigo Presidente da ANP.

Aparentemente revoltado com a escolha de Abel Incada como candidato oficial do PRS às Presidenciais que se avizinham, Ibraima Sory Djalo disse que o resultado tem uma «base tribal» bem patente.

«Estou de acordo com o acto eleitoral em si, mas foi uma escolha meramente tribal porque Abel Incada não estava contemplado na corrida», assegurou o actual Presidente da ANP.

Em consequência, Ibraima Sory Djalo disse que não vai aliar-se ao PRS nestas eleições. Contudo, descartou a possibilidade de concorrer às Presidenciais de forma independente ou de apoiar outra figura.

Numa primeira reacção, o empresário Abel Incada prometeu, em caso de vitória, ser um Presidente que vai pugnar-se pela separação de poderes e pautar-se pela justiça e unidade nacional.

«Os guineenses devem ter a união, pois sem a união não haverá paz e estabilidade. Aliás, durante a luta de libertação nacional, Amílcar Cabral promoveu uma cultura de união, onde não se sentia o divisionismo tribal ou religioso», referiu o candidato oficial do PRS às Presidenciais de 16 de Março.

Alberto Nambeia, Presidente do PRS, afirmou que não há vencidos nem vencedores, apelando à tolerância e compreensão de Ibraima Sory Djalo face ao cenário que envolveu a escolha de Incada.

Nambeia lembrou ainda que a «regra» democrática foi a expressão máxima e, por isso, apelou ao envolvimento político de todos os dirigentes e militantes do partido, congregando-se à volta do seu candidato.

B.Digital

G.BISSAU

nota:É MELHOR ADIAR AS ELEIÇÕES PORQUE AINDA NÃO FORAM CRIADAS CONDIÇÕES PROPÍCIAS.TPanaque

"Neste momento já foram registrados, segundo o Ministro, pouco mais de 657 mil eleitores.

Muito Bom resultado, só que algumas zonas ainda refletem preocupação, como é o caso de:

-- Ilhas de Canhabaque e Uno no Arquipélago dos Bijagós,

-- Setores de Bigene e Ingoré na Região de Cacheu,

-- Círculos 28 e 29 no Setor Autónomo de Bissau e,

-- Algumas Tabancas da Região de Biombo."

            BATISTA TÉ (MINISTRO)
fonte:Progresso Nacional

G.BISSAU

149.934 MIL FORA DO BARCO !


"Mais de 149 mil eleitores guineenses continuam ainda por inscrever, quando faltam menos de 48 horas para o final do processo de recenseamento eleitoral.
Do total de 810.961 eleitores previstos em todo o território nacional e diáspora, falta ainda recensear 149.934 cidadãos.

Os dados foram revelados esta quinta-feira, 30 de Janeiro, pelo Director-geral do Instituto Nacional de Estatística, Carlos Costa, que integra o grupo de trabalho do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE).

De acordo com este responsável, a situação é mais crítica ao nível da capital do país, Bissau, com destaque para os círculos eleitorais 25, 28, 27 e 29, respectivamente.

Ao nível do interior a região de Tombali, sul da Guiné-Bissau, apresenta igualmente dificuldades, em particular nos Sectores de Quebo, Casine e Bedanda.

Nas regiões de Bafatá e Gabu, as sedes regionais apresentam os mesmos problemas nesta zona leste do país, como também a região de Biombo, em Blon, Quisane e Ondame.

Para contornar esta situação, o responsável anunciou que vão ser utilizados os materiais provenientes de outros locais que já tenham concluído os trabalhos nas suas respectivas áreas.

Entretanto o Presidente de transição, Manuel Serifo Nhamadjo, reúne-se esta sexta-feira, 31 de Janeiro, com Governo e representantes de partidos políticos para decidir o prolongamento do recenseamento, por mais dois ou cinco dias, de forma a atingir o número máximo de pessoas que ainda não tenham sido inscritas."

B.Digital

G.BISSAU

O PRS COMETEU UM GRANDE ERRO EM NÃO ESCOLHER O ALBERTO NAMBEIA COMO CANDIDATO.TPanaque
nota:ADIAR OU NÃO ??? PARA MIM,SERIA  MELHOR ADIAR.TPanaque

"Os 19 partidos políticos da Guiné-Bissau representados no Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE) concordam com a eventual alteração da data das eleições Gerais, marcadas para 16 de Março.
A posição foi tornada pública esta quarta-feira, 29 de Janeiro, em conferência de imprensa pelo porta-voz do colectivo de partidos políticos do GTAPE, Bacar Queita.

A eventual alteração da data só deverá ocorrer baseada em razões técnicas e não políticas, devido, por exemplo, aos problemas internos que dominam a agenda política de alguns partidos.

Segundo Bacar Queita, para haver eleições os problemas técnicos terão que ser esgotados, condição sem a qual o processo não pode ter êxito.

Sobre o recenseamento, que deveria terminar esta sexta-feira, 31 de Janeiro, o colectivo de partidos políticos representados no GTAPE deixou algumas críticas que assentam no fraco engajamento do Governo liderado por Rui Duarte Barros, do qual resultou a obstrução do processo.

Bacar Queita denunciou ainda que a escassez de materiais em várias brigadas de recenseamento está a suscitar desânimo e irritação nas pessoas que já se inscreveram mas que ainda não receberam os seus cartões.

Nesta perspectiva, os 19 partidos apelaram ao órgão encarregue de realizar o recenseamento eleitoral no sentido de aumentar o nível de informação junto das populações sobre o processo ainda em curso.

Desde o início do recenseamento eleitoral, a 1 de Dezembro, têm sucedido inúmeras críticas à forma como o processo está a ser conduzido pelos órgãos encarregues, tendo mesmo o recém-criado Movimento Patriótico Guineense interposto uma acção junto do Tribunal Regional de Bissau, para sujeitar o GTAPE a prestar informações claras aos guineenses.

Na última segunda-feira, 27 Janeiro, o Presidente de transição admitiu, numa visita ao GTAPE, a possibilidade de aumentar o prazo de recenseamento para que todos os cidadãos com idade de votar possam ser inscritos, sem, no entanto, se alterar a data de ida às urnas, prevista para 16 de Março."

Iancuba Danso



fonte:B.Digital

G.BISSAU

                            FORÇA KI PINTCHA FORA

"A declaração de António Indjai de “tolerância zero” ao narcotráfico é muito interessante, pois coloca duas questões. Ou o general, enquanto traficante, fica de fora dela; ou Indjai, enquanto traficante, elimina as concorrências existentes e mesmo as prováveis.
A resposta, talvez seja esta última, a acreditar no último caso conhecido relacionado com o narcotráfico, avançado pelo Bissau Digital, que se reporta ao passado sábado, “quando um grupo de homens da Guarda Nacional (GN), afectos ao Grupo de Intervenção Rápida (GIR) do Ministério do Interior, retirou à força dos agentes da PJ em serviços de Piquete no aeroporto de Bissau, um indivíduo que se suspeitava ter ingerido e estar a transportar cápsulas de cocaína para a Guiné-Bissau. As cápsulas seriam depois, conforme o ‘modus operandi’ deste grupo, retiradas do estômago ou do intestino do suspeito, sem qualquer processo criminal, pois os homens fardados da GN aproveitam o produto para outros canais de tráfico”.
O Bissau Digital acrescenta que “houve duras e escandalosas agressões no Aeroporto entre as duas forças, sendo que o grupo ‘mafioso’ da GN apoderou-se do suspeito para a habitual extracção das cápsulas ingeridas”. Acrescentou o braço direito do candidato Bá Quecuto: djumbleman na balisa de bás.
Este episódio é revelador do estado de coisas, ou melhor, do descalabro a que chegou o nosso País, em que até uma força que tanto resistiu ao tráfico de droga, vê agora os seus homens a querer obter proveitos do narcotráfico. Por aqui se percebe a advertência de Indjai: tráfico e proveitos só para ele e seus homens, os tais que mandou ao aeroporto buscar o traficante. Claro que convém não dar grande destaque a este caso, e como bem sabem, para o ofuscar, o djambacós Indjai fez surgir um outro caso.
Já que há algum tempo estão de candeias às avessas, que tal fazer sair a informação de um desvio por parte do procurador Batatinha. Já há muito que se sabe este não é flor que se cheire, mas já que está queimado, que tal queimá-lo ainda mais! Acusá-lo de desviar o valor de uma apreensão também no Aeroporto Osvaldo Vieira, de um indivíduo que transportava no estômago (não droga), mas 43 notas de 500 euros, três notas de 200 euros, oito notas de 100 euros, quatro notas de 50 euros, uma nota de 20 euros, uma nota de 10 euros e uma nota de 5 euros, totalizando 23.135 euros”.
Ao que parece, quando saiu, o dinheiro já vinha separado pelo valor das notas, cintado e carimbado. Questionado, Abdú Mané, de penico na mão, confirmou que o dinheiro vinha perfumado e que o vinha ajudar a acabar de pagar a casa que (ele) tinha comprado na Amadora, perto do Centro Comercial BABILÓNIA!"
fonte:Pasmalu 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

G.BISSAU

PORQUÊ QUE MUITOS MILITANTES DO PRS AINDA ACREDITAM NA "TRETA" DE KUMBA YALÁ ??? TPanaque
"SACLATA SON...,NA É MUNDU LI"
"Os novos materiais passados por Snowden que foram publicados na revista alemã Der Spiegel indicam que a NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA) conduz uma estreita vigilância de transações financeiras. Os objetivos prioritários do programa são o sistema de pagamento Visa e o SWIFT, sistema interbancário internacional de transmissão de informação e realização de pagamentos, baseado na Bélgica.
Segundo os documentos secretos à disposição dos jornalistas, só em 2011 o programa Seguindo o Dinheiro (Follow the Money) permitiu à NSA recolher 180 milhões de registros financeiros (84% deles – operações com cartões bancários).
Segundo a Der Spiegel, a NSA “coletava, analisava e armazenava transações de cartões de crédito com foco em regiões geográficas prioritárias”, e entre as prioridades estavam a Europa, a África e o Oriente Médio.
Segundo a apresentação do projeto, que está à disposição da Der Spiegel, a NSA obteve um enorme banco de dados pessoais de pessoas que não são o alvo da organização. Além disso, afirma-se que com a NSA colaborava uma organização de inteligência do Reino Unido – o Centro de comunicações do governo (GCHQ, na sigla inglesa)."VR

G.BISSAU

                                                            LADRÃO
"O Procurador-Geral da República, Abudu Mané, desviou 23.135 euros do Tesouro Público guineense, valor que o Ministério do Interior restituiu junto do Ministério das Finanças a 4 de Abril de 2013.
Conforme revelou à PNN fonte do Ministério das Finanças, o valor em causa é resultante de uma apreensão efectuada no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira pelas autoridades policiais da Guiné-Bissau, que estava na posse de um cidadão oriundo da Guiné-Conacry.

Neste sentido, o Gabinete do Comissário Nacional da Polícia de Ordem
Pública, Armando Nhaga, procedeu à entrega desta soma junto da Direcção Central de Administração, Finanças e Património do Ministério do Interior, com data de 18 de Março de 2013. Esta instituição encaminhou, por sua vez, o dinheiro para o Ministério das Finanças em Abril do mesmo ano, enquanto única entidade do Estado com competências para o efeito.

Depois de todo o procedimento, conforme avançou a mesma fonte, Abudu Mané teria ordenado que a soma fosse depositada em conta do Ministério
Público no Banco da África Ocidental, cujo talão de depósito foi consultado pela PNN.

«De forma a dar cumprimento à vossa solicitação, conforme os Ofícios n.º 386/2013 e 392/2013, a Secretaria de Estado de Tesouro, Assuntos
Fiscais e Contas Públicas serve-se do presente para informar ao Procurador-Geral da República que este departamento do Estado procedeu ao depósito do montante em questão para a conta da Procuradoria-Geral da República, conforme a vossa solicitação», lê-se na carta da Secretaria de Estado de Tesouro, Assuntos Fiscais e Contas Públicas, datada de 5 de Junho de 2013, que esta instituição enviou a Abudu Mané.

A Secretaria de Estado de Tesouro instou Abudu Mané a informar sobre o destino final do valor apreendido pelos agentes da Polícia de Ordem Pública, de forma a inscrever este montante nas receitas extraordinárias do Estado, caso venha a ser declarado como perdido a favor do Estado da Guiné-Bissau.

«Nós, na qualidade de única entidade do Estado com competências para arrecadar fundos públicos, sejam de que natureza forem, e de gestor do património do Estado, viemos rogar ao Procurador no sentido do nos informar sobre o desfecho final deste processo, com vista a inscrever o dinheiro ora em crise nas receitas extraordinárias do Estado, caso venha a ser declarado perdido a favor do tesouro público», refere a carta enviada em Junho de 2013 ao Procurador-Geral da República.

O valor foi transportado para Bissau no estômago do cidadão da Guiné-Conacry, através de ingestão, onde constavam 43 notas de 500 euros, três notas de 200 euros, oito notas de 100 euros, quatro notas de 50 euros, uma nota de 20 euros, uma nota de 10 euros e uma nota de cinco euros, totalizando 23.135 euros.

Em relação aos 40% desta soma dos quais o Ministério do Interior devia beneficiar, a fonte informou que a instituição não recebeu qualquer valor até à data.

O comportamento de Abudu Mané é do conhecimento do Presidente de transição, Manuel Serifo Nhamadjo, que ainda não se pronunciou sobre a matéria em litígio entre o Ministério das Finanças, o Ministério do Interior e a Procuradoria-Geral da República.

Contactada pela PNN, a fonte da direcção financeira do Ministério Público disse optar por não falar sobre o assunto, por enquanto".JD

domingo, 26 de janeiro de 2014

G.BISSAU


ELEIÇÕES À FORÇA

A chamada comunidade internacional liderada pelo Ban Ki Moon, na pessoa do “passageiro frequente” Ramos Horta, caiu por estes dias em força em Bissau para passar uma mensagem sibilina: Quer queiram, quer não queiram, vão ter eleições à força!
Serão fraudulentas? Pouco importa.Vão criar conflitos graves, susceptiveis de degenerar em violência? Logo diremos que os guineenses são um povo imaturo e selvagem.
Em nada vão contribuir para a clarificação e normalização da situação política? Que se lixe, porque a democracia é isso mesmo: eleições quanto basta.
Em Bissau, o número de recenseados é extremamente baixo o que demonstra uma vontade expressa em eliminar os jovens descontentes?
Nós cá estaremos para dizer se as eleições foram justas, sérias e transparentes. O que é preciso é que esta palhaçada encenada e levada a palco por Ramos Horta, acabe depressa, custe o que custar.
As declarações sucedem-se para convencer que as eleições a 16 de Março vão mesmo acontecer. Amanhã, os que andam agora a garantir, serão os primeiros a lavar as mãos das consequências.
As culpas nunca recairão sobre os funcionários pagos a preço de ouro para criar um clima de paz e entendimento para se fazerem eleições.
Todos vêem a violência outra vez a subir e…ainda não começou a campanha.
Triste noção do que é a Democracia que esta gente tem…
fonte:Pasmalu

G.BISSAU

BARROS HUMILHADO EM CONCURSO DA CEDEAO

O primeiro-ministro Rui Barros, já de barriga cheia com os negócios em que se meteu neste ano e meio (droga, estradas, petróleo, madeira roubada para a China, etc.) e temeroso do que lhe vai acontecer quando cair do poder, prepara afanosamente a sua fuga para o estrangeiro.
Decidiu candidatar-se a um posto de recursos humanos na CEDEAO e apresentou-se a concurso, levando consigo sufas e apaniguados.
O pessoal da CEDEAO é que não esteve com medidas e começou logo por lhe perguntar: mas afinal você não é o chefe do governo? Não tem compromissos com a fase de transição? Porque está a abandonar o cargo? Isso não é deontológico! Rui Barros engoliu logo em seco.
Perguntaram-lhe a seguir: mas você já cá esteve em tempos e fez um péssimo trabalho que todos guardamos na memória. O que mudou para voltar à carga?
De seguida emitiram uma opinião: você enquanto chefe do governo levou o país à bancarrota. É com esse currículo que se vem aqui apresentar?
Conta quem assistiu a tudo que o homem foi completamente enxovalhado e, cobarde como é, arrumou os cargos e meteu-se no avião de regresso a Bissau, sem dizer uma única palavra.
Que vergonha!
fonte:Pasmalu

sábado, 25 de janeiro de 2014

G.BISSAU

nota:INOPERÂNCIA !!!TPanaque




"A diáspora guineense em França foi informada hoje pela sua representação diplomática de que não poderá deslocar para as diferentes regiões ou cidades de França como tinha indicado, por falta de orçamento adequado para tal, e por outro lado, de um calendário muito apertado em relação ao numero dos guineense residentes em França. A esse efeito, a diáspora guineense em França apela as autoridades diretamente ligadas a esse processo para solucionar rapidamente esta situação financeira. e por outro lado prolongar o período de recenseamento eleitoral, visto que perdemos quinze dias de recenseamento."

A diáspora Guineense

G.BISSAU:PRS ORFÃO

É DIFÍCIL SER ORFÃO.O PARTIDO PRECISA DE RECUPERAR O MAIS RAPIDO POSSÍVEL.TPanaque
                                        

GUINÉ-BISSAU:"COISA NOSSA"

nota:  É MUITO DIFÍCIL SER GUINEENSE DA GUINÉ-BISSAU.SIM SENHOR !TPanaque


"Ser guineense é difícil, porque o guineense não gosta dos intelectuais, ou dos que tem formação, esse é algo que lhes incomoda muito, porque estamos costumado ver pessoas na Guiné sem nenhuma formação, nem capacidade de gerir ou tomar decisão nos assunto clave do estado, e o exemplo que nos tem proporcionado é que não é preciso estudar para ser alguém na Guiné, desde um simples Funcionário Publico, até um Presidente da Republica, basta saber engraxar para se escalar na vida.

Paulino Nancabú Papo

Hoje de novo vou aos baús de recordação, sobre tudo para os chamados cubanos, que passaram na ilha da juventude, vou citar uma das frases mais sonante na época que seguramente tem marcado muito a vida de nós guineenses, antigos bolseiros em Cuba, a frase em si foi pronunciado por nosso colega Adriano Bill Vieira, mais conhecido por Iano, "SER GUINEENSE É DIFÍCIL", foi num acto de comemoração da nossa independência, no ESBEC 8 Clara Zetkin, ainda recordo desse dia, porque é uma frase que tenho levado comigo nas minhas caminhadas por mundo fora, sei que essa frase foi proferido noutro contexto, na dificuldade que os estudantes enfrentavam em Cuba, sobre tudo no âmbito económico, mais é uma frase tão actual que pode ser usado no contexto actual, ou se queremos ir mais longe, pode ser usado no passado, no presente e seguramente no futuro; o guineense é complicado de se perceber, tem esperança para que as coisas mudassem para o positivo, mais é desconfiado, não da margem a duvida, critica tudo e mais alguma coisa e sem apontar alternativas viáveis a uma solução.

A imagem de vários tipos de organizações dos imigrantes guineenses na Diáspora é um espelho da nossa realidade, sabemos pela experiência de sobra que nada funciona bem, tanto nas varias associações existente em Portugal, sobre tudo no que diz respeito aos associações dos estudantes, sabemos e bem que muitas das vezes o desentendimento alarga em brigas e termina nos tribunais, igualmente com as associações dos emigrantes, sabemos que o guineense lhe incomoda sucesso do seu conterrâneo, muitas das vezes quem tem sucesso acha que pode fazer e desfazer, pode sair com mulheres que querem porque pode e sem ter em conta em muito dos casos as mulheres dos amigos, para ele a medida que sai com mais mulheres dos amigos é melhor para se afincar e mostrar que tem, e quem está por baixo, o seu sonho e derrubar quem tem sucesso, morre com a inveja do outro, trata de buscar os pontos fracos para actuar, e não lhe importa no mínimo de lhe chibatar com a policia, só para ver o seu derrube.

Ser guineense é difícil, porque o guineense não gosta dos intelectuais, ou dos que tem formação, esse é algo que lhes incomoda muito, porque estamos costumado ver pessoas na Guiné sem nenhuma formação, nem capacidade de gerir ou tomar decisão nos assunto clave do estado, e o exemplo que nos tem proporcionado é que não é preciso estudar para ser alguém na Guiné, desde um simples Funcionário Publico, até um Presidente da Republica, basta saber engraxar para se escalar na vida.

Ser guineense é difícil, porque nos guineenses nos incomoda quem pensa, quem não tem preguiça intelectual, quem cria algo, quem mostra mais-valia, e quem quer o melhor para Guiné, esses tipos de pessoas são descartado, o guineense admira o fofoqueiro, o malandro, o incompetente, o analfabeto, o corrupto, o assassino, e sobre tudo quem fala barato.

Para terminar ser guineense é difícil porque o guineense não gosta do guineense, é simplesmente isso.

Paulino Nancabú Papo

G.BISSAU:RECENSEAMENTO ELEITORAL DOS GUINEENSES RESIDENTES EM PORTUGAL

RECENSEAMENTO A PASSO DE

Os eleitores reclamam a morosidade do processo que arrancou apenas com um kit de processamento de dados e uma equipa no terreno. A Comissão Eleitoral garante que foram tomadas diligências para acelerar o recenseamento.
Embaixada da Guiné-Bissau em Lisboa


Pelas 9 horas da manhã abrem-se as portas da Embaixada da Guiné-Bissau, em Lisboa, o ponto central do registo eleitoral. Um grupo de cidadãos, cerca de três dezenas, espera pela sua vez mediante uma senha.

Úmaro Baldé é um dos que, devido ao trabalho, optou por vir recensear-se no segundo período do dia: “tenho [a senha com o número] 82, mas ainda estão no 73, tenho que esperar”, comenta.

Numa sala no piso inferior, centra-se a mesa que funciona em dois turnos. É ali onde uma equipa, presidida por Carlos Mendonça, faz o atendimento dos eleitores dispondo de apenas um kit para processamento dos dados.

Acompanham o ato representantes dos partidos PAIGC (Partido Africano da Indepenência da Guiné e Cabo Verde), PRS (Partido de Renovação Social) e Movimento Bafatá RGB. A demora inquieta os que já cá estão há mais de duas horas.

Devido a atrasos no recenseamento, muitos guineenses duvidam da realização de eleições na data prevista (16.03)
Tal como Úmaro, Carlos Alberto Ipiná também espera pacientemente. “Tem só uma máquina e com estas pessoas todas que estão cá é óbvio que tem de haver atrasos”, constata o cidadão guineense.

Compreensivo, outro eleitor aguarda a vez para se registar: “está a demorar um bocado. Eu como estou interessado em recensear-me tenho de esperar. Nós todos entendemos qual é a situação do país, vamos aguardar”, diz.

Falta de condições técnicas atrasam processo

O recenseamento da diáspora guineense, entre 13 e 31 de janeiro, decorre no âmbito dos preparativos para a realização das eleições gerais de 16 de março.

Também na Guiné-Bissau o recenseamento é moroso devido a constrangimentos técnicos
Em Lisboa, o registo eleitoral termina às 21 horas. No final do dia, a mesa espera registar cerca de 130 a 140 pessoas. Nos primeiros dias, a afluência foi mais reduzida devido à falta de informação.

Armindo Vieira, presidente da Comissão Eleitoral na Diáspora, em Portugal, afirma que não se pode “contar com um número bastante apreciável [de registos eleitorais] porque é o próprio material que dita as regras. Se houvesse mais kits, poderíamos estar a recensear muito mais pessoas”.

O responsável pela Comissão Eleitoral assegura ainda que “há promessas de que vamos receber brevemente mais kits e estamos a aguardar com toda a ansiedade, pois seria o ideal”.

"A meta é registar 40% dos eleitores guineenses em Portugal"

A Comissão agendou igualmente deslocações a alguns bairros da periferia de Lisboa, onde habita o maior fluxo de comunidades guineenses. No fim de semana de 18 e 19 de janeiro, a mesma equipa esteve no centro e norte de Portugal, entre Coimbra, Aveiro e Porto.No fim de semana de 25 e 26 de janeiro, estará no Algarve, a sul, voltando depois à Embaixada no Restelo nos dias úteis. A intenção é abranger o maior número possível de eleitores.

Para supervisionar o ato, o Gabinete Técnico de Apoio às Eleições enviou a Lisboa João Manuel Correia, que até então não registou nenhuma outra anomalia.

“Neste momento, está a correr tudo bem, o que posso fazer é dar o meu máximo. Vamos fazer tudo por tudo. Nós sabemos que não é possível chegar a 100% mas vamos fazer com os meios que temos aqui para fazer, pelo menos, a 30 a 40%” da comunidade, avalia João Manuel Correia.

Para Úmaro Baldé, que vive há três anos em Portugal, assim como para outros conterrâneos seus, “esta é uma oportunidade para exercer o direito de voto” nas eleições gerais de 16 de março deste ano, pelo que “é de louvar a iniciativa”, conlcui o guineense.DW