sobre o último golpe de estado (e esperemos, mais uma vez, que este
seja mesmo, o último), ocorrido, no passado dia 12 de Abril. Mas
numa coisa estamos certos e de novo, em total acordo. Era
absolutamente necessário e urgente extirpar do panorama político
guineense, e de forma radical, a força de bloqueio que constituía a
ala do PAIGC do Primeiro-ministro deposto.
Convém lembrar, que não se trata da primeira vez, que a sociedade
guineense, se põe a uma só voz, para legitimamente denunciar, num
primeiro momento, uma liderança incómoda, para logo a seguir,
saudar e aplaudir efusivamente, os que, de uma forma ou outra, ao
protagonizarem eventos de mudança, lhe traz a esperança.
Assim aconteceu, com o regime colonial português, no advento da
independência, o mesmo aconteceria com o consulado de Luís
Cabral, cujo regime apelidar-se-ia, entre outras coisas, de
neocolonialismo cabo-verdiano. Nino Vieira, ao derrubar, em finais
dos anos oitenta, o regime que inaugurou a libertação do jugo
colonial, conseguiria, desta feita uma dupla vitória para os seus
desígnios, ou seja, a cisão do partido independentista e uma
impressionante e incalculável adesão popular à sua causa."
autor: Victor Gomes Pereira
fonte:contributo