terça-feira, 23 de abril de 2013

G.BISSAU: HÁ MAIS "VIGARISTAS" POR CAÇAR


Prisão de Bubo Na Tchuto não chega para estabilizar Guiné-Bissau - Pedro Pires 



O antigo presidente cabo-verdiano Pedro Pires considerou que a prisão do ex-chefe de Estado-Maior da Armada guineense pelos Estados Unidos pode ajudar a estabilizar a Guiné-Bissau, mas não resolve os problemas do país.
Numa entrevista hoje divulgada pela Rádio de Cabo Verde (RCV), Pedro Pires disse acreditar que, com a prisão de Bubo Na Tchuto, o espetro da impunidade desapareceu, demonstrando que ninguém está acima da lei.
"É bem possível que nos ajude um pouco, porque o espetro da impunidade, creio, desapareceu. Já veem que não estão impunes e que há, pode haver, uma intervenção de fora no sentido de os neutralizar", afirmou Pedro Pires, presidente de Cabo Verde entre 2001 e 2011 e primeiro-ministro entre 1975 e 1991.
"O envolvimento deles no narcotráfico, os males que o narcotráfico causa à Guiné-Bissau e causa à nossa região, leva-nos a dar importância a essa questão. Para a Guiné-Bissau, sem nenhum tipo de hipocrisia, creio que se trata de algo que os alivia um pouco, mas não resolve os problemas definitivamente. Mas terão de fazer um esforço maior no sentido de controlar minimamente o narcotráfico", frisou.
Pedro Pires salientou que a "enorme fraqueza do Estado" guineense permitiu que, para que houvesse uma mudança, as operações tivessem de vir de fora do país para prender Bubo Na Tchuto, figura que disse ter conhecido durante a luta pela independência da Guiné-Bissau e de Cabo Verde (1963/74).
"Vemos, de novo, uma fraqueza enorme do Estado e que, ao mesmo tempo, para haver uma mudança, foi necessário a vinda dos norte-americanos (DEA - Departamento Anti-Narcotráfico dos Estados Unidos). Isso demonstra a fraqueza evidente do Estado da Guiné-Bissau", sublinhou Pedro Pires.
A 02 deste mês, o contra-almirante José Américo Bubo Na Tchuto foi detido em águas internacionais próximas de Cabo Verde, juntamente com quatro outros oficiais guineenses, por agentes da DEA.
O tribunal de Nova Iorque legalizou a prisão sob as acusações de conspiração para fornecimento de armas à guerrilha colombiana FARC, armazenamento de cocaína proveniente do mesmo movimento, venda de armas para uso contra as forças norte-americanas e tentativa de introduzir cocaína nos Estados Unidos.RCV

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