quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

GUINÉ-BISSAU : OS "BETERRABAS"

GRUPO DE PEDAGOGOS E DE LAVAGEM CEREBRAL.ELES VIVEM LÁ (GBISSAU),ENFRENTAM TUDO E A TODOS.ESTÃO NO TERRENO À ASSISTIR TUDO...,TESTEMUNHOS DE AMANHÃ. Tcharles Panaque




Grupos de Mandjuandadi como forma de manifestação cultural guineense



 Hoje no Cidadania Activa, na radio Bombolom das 17h00 as 18h15
Enquadramento 
Grupos de Mandjuandadi como forma de manifestação cultural guineense

Falar da cultura da Guiné-Bissau, é falar de um país que possui uma herança cultural muitíssimo rica e diversificada. Cerca de 30 diferentes etnias compõem o mosaico multicultural guineense. São diferentes línguas, costumes, vestuários, hábitos alimentares e ritmos que fazem a beleza da nação guineense.
Esta beleza cultural que forma a nação guineense não está só nas diferenças culturais, mas também no que têm em comum os vários grupos étnicos: continuidade linguística, de costumes, de hábitos alimentares e de ritmos.
Porém, há que se constatar que esta riqueza não tem sido devidamente valorizada. Quando o assunto é cultura, observa-se a falta de quase tudo em termos de apropriação, registo e valorização do património histórico e cultural da Guiné-Bissau. Museus, bibliotecas, teatros, salas de cinemas e de espetáculos, são algumas das infraestruturas que podemos citar e que fazem falta neste processo. Seria a ausência de uma política cultural? Ou estaríamos na presença de uma política cultural de apropriação e valorização do supérfluo? Da aplicação da política e da lei do menor esforço e de maior ganho em menos tempo possível? Ou da aplicação da política dos “4 des”: desmotivação, desmobilização, desinteresse e desresponsabilização do Estado nas questões estruturantes da vida cultural do seu povo? Abrindo assim crateras para atuação de um certo privado que empurra, atropela, pisa e esmaga a “velha cultura” para a promoção, estímulo e incentivo dessa “nova cultura” sem “árbitros” e nem “balizas” pois o Estado nem “fora do jogo” e muito menos nas “bancadas” se encontra!
Deve-se realçar que, na Guiné-Bissau, a oralidade ocupa um lugar muito importante; o cantar é onipresente, pois acompanha o contar – a narrativa –, o riso e o pranto, a alegria e a dor. O nascimento, a iniciação, o casamento, a morte, os mortos e os ancestrais proporcionam momentos de exaltação coletiva e são motivos para se entoarem as mais diversas canções.[1]
Nesta 25º edição do Cidadania Ativa, vamo-nos sobre uma dimensão específicada cultura na Guiné-Bissau: os grupos de Mandjundadi - associações informais voluntárias com participação predominante de mulheres. Denominadas em crioulomandjuandadi, acumulam várias funções, perseguindo diversos objetivos: poupança e compra coletiva de bens de consumo, crédito individual aos membros, celebração de cerimônias familiares e religiosas e ainda organização de acontecimentos lúdicos.[2]
Cantigas e ditos tradicionais. As mandjuandadi são estudadas também como lugar de manifestação cultural no qual as cantigas de dito são criadas, ganham corpo, ritmo, performance.

Assim, a Cidadania Ativa desta semana levanta algumas questões:

  1. Que contribuições deram esses grupos e essas formas de fazer cultura para a consolidação da ideia da identidade nacional?
  2. Pode-se falar numa relação entre a ideia de guinendadi e essa forma especifica de fazer cultura?
  3. Que papel desempenha o canto para o desenvolvimento de uma mulher e um homem guineense, desde seu nascimento até a sua ancestralidade?
  4. Segundo estudiosos, grupos de mandjuandadi desempenham, também, funções de promoção de uma certa coesão social. Os grupos continuam a desempenhar essas funções?
  5. Que lugar tem estes grupos de mandjuandadi, num contexto político e de democracia fragilizada como o da Guiné-Bissau?
  6. Em tempos de “mudanças de regime" de que forma estas organizações/grupos se manifestam?
  7. Sendo uma forma específica de manifestação cultural, como podem contribuir no processo e estabilização da Paz?
  8. Sendo um grupo que transmite a tradição/cultura de forma oral, de que forma pode o país apropriar dos seus trabalhos?
  9. Partindo do princípio que, os grupos de mandjuandadi, pretendem perpetuar essa forma de manifestação cultural, certamente que organizam-se para transmitir os saberes aos mais novos. De que forma isso é feito?
  10. Por outro lado, e partindo do mesmo princípio, é de esperar que os grupos mobilizem gentes mais novas. Será que existem estratégias claras de mobilização dos jovens? Se sim, que estratégias são essas?
  11. Por último, o que os inspira? E como inspiraram os mais novos?


P´la Ação Cidadã,

UM TRABALHO  LOUVÁVEL!!!

Sem comentários:

Enviar um comentário